sábado, 26 de janeiro de 2013

Técnicas de preservação digital

Resumo: Neste texto temos como objetivo apresentar as possíveis técnicas para prática da preservação digital, as vantagens e desvantagens para o profissional da ciência da informação.

Palavras-Chaves: Preservação Digital, Objeto Digital, Objeto de Informação, Metadados de Preservação, Arquivo, Conteúdo Digital.

“preservação digital refere-se a uma série de atividades gerenciadas necessárias para assegurar o acesso contínuo e preservação de materiais digitais” (CHAPMAN, 2001apud CUNHA, Jaqueline; LIMA, Marcos 2007 p.2)

Com o avanço das tecnologias a informação tem sido produzida em larga escala tanto no meio digital como digitalizada, todavia sua preservação fica comprometida. Um dos aspectos para o comprometimento do acesso a informação digital é a obsolescência dos instrumentos digitais como software e hardware.

Para abordarmos as práticas de preservação digital temos por princípio entender o que é preservação digital e qual é o objeto a ser preservado. FERREIRA entende que preservação digital é “a atividade responsável por garantir que a comunicação entre um emissor e um receptor é possível, não só através do espaço mais também através do tempo.” e o objeto digital “é todo e qualquer objeto de informação que possa ser representado através de uma sequência de dígitos binários. Esse objeto pode tanto ter nascido no ambiente digital como pode ter sido digitalizado.” A exemplo disso temos os documentos de texto, fotos, páginas da Web, entre outras dezenas.

Isto posto podemos abordar aqui algumas técnicas de preservação digital:

“É fundamental ou mesmo condição de sobrevivência da memória coletiva pensar em termos de cooperação entre arquivos, bibliotecas, museus, grandes editores, produtores de informação em geral, criadores de software, etc.”. (SARAMAGO).
·         Metadados de Preservação

Reuni informações sobre a proveniência, autenticidade, atividade de preservação, ambiente tecnológico e condicionante legais do material custodiado.
Não preserva o próprio documento

·         Encapsulamento

Trate-se de reunir um conjunto necessário de informação para garantir o acesso ao documento, tais como metadados, software visualizador e arquivos específicos constituintes do recurso digital.
Pode produzir grandes arquivos com duplicação, através de coleção a menos que esteja, linkados. O Software está em obsolescência.

·         Computador virtual universal

É uma forma de emulação que requer o desenvolvimento de um programa de computação independente de hardware e software existentes, que possa simular a arquitetura básica de qualquer computador

·         Cópias analógicas

Reproduz o objeto digital em suporte analógico como papel, microfilme ou qualquer outro suporte analógico de longa duração.

·         Arqueologia digital

Os dados digitais devem ser preservados em uma mídia estável. Incluir cópias preservadas de uma aplicação de software original.  Usar em casos onde valiosos recursos digitais não podem ser convertidos para formatos independentes de software e hardware.

·         Cópias de sequência de bits

Preservar a sequência de dados binários básica que represente a informação armazenada no sistema de informação digital.
Garantir que o arquivo continue Exatamente o mesmo com o passar do tempo – sem nenhuma modificação enquanto a mídia física evolui ao seu redor.
Armazenamento remoto antidesastre.

·         Rejuvenescimento/ Refrescamento

Refreshing envolve mover periodicamente um arquivo de uma mídia física de armazenamento para outra evitando decadência física ou a obsolescência do meio.
Formas de atualização das mídias serão necessárias, devido a mudança tecnológicas.

·         Replicação

Produzir várias cópias;
As cópias de segurança já são tradicionais, entretanto não protege contra queda organizacional, podendo não ser confiável caso não seja periódico.

·         Preservação de tecnologia

É a preservação do computador, dos softwares e sistemas operacionais.
Sendo muito custoso, visto a necessidade de investimento considerável em equipamento e mão de obra. Pressupõe as atividades de um museu para recuperação
do objeto digital no ambiente original.

·         Migração

A estrutura interna e o conteúdo do material devem ser preservados e transferidos igualmente, assim, o novo objeto será uma cópia fiel do original.
A abordagem de migração mais aconselhável é a padronização do conteúdo digital para um formato aberto, ou para um número pequeno de formatos.

·         Canonização

Determina a manutenção das características essenciais de um documento na conversão de um formato para outro
Criação de uma representação de um objeto digital que mantém todos seus atributos chaves.
Pode ser usado na verificação algorítmica da perda ou não da essência do arquivo.

·         Emulação

É o desenvolvimento de tecnologias que possam imitar sistemas obsoletos em gerações futuras de computadores. Apresenta uma série de desvantagens uma delas é a presunção de que os futuros usuários devam conhecer o funcionamento dos softwares obsoletos.

·         Pedra da Roseta Digital

Baseado em três momentos no qual o primeiro, refere-se ao registro da codificação do formato de arquivo e do conteúdo binário, o segundo trata da recuperação dos dados e o terceiro da reconstrução dos dados a partir das especificações da primeira etapa.
Tecnologia ainda não desenvolvida completamente.
Considerações Finais:
O desafio da preservação digital é enfrentado por todas as instituições do mundo e os profissionais da informação tem o papel de encontrar a maneira mais confiável e menos custosa para realizar essa tarefa.

HEDSTROM (1996) a preservação digital é um processo distribuído que envolve o “planejamento, alocação de recursos e aplicação de métodos e tecnologias para assegurar que a informação digital de valor contínuo permaneça acessível e utilizável”.
Referências:
CUNHA, Jaqueline de Araújo; LIMA, Marcos Galindo. Preservação Digital: o estado da arte. Disponível em: http://www.enancib.ppgci.ufba.br/artigos/GT2--043.pdf. Acesso em: 20 dez. 2012.

SARAMAGO, Maria de Lourdes. Metadados para preservação digital e aplicação do modelo OAIS. Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/7345155/SARAMAGO-Maria-de-Lurdes-Metadados-para-preservacao-digital-e-aplicacao-do-modelo-OAIS. Acesso em: 20 dez. 2012.

HEDSTROM, Margaret. Digital preservation; a time bomb for digital libraries. Computer and the Humanities, v.31, n.3, 1997/1998, p.189-202. Disponível em: <http://www.uky.edu/~kiernan/DL/hedstrom.html>. Acesso em: 20 dez. 2012

DURANTI, Luciana. Merging the old with the new; the management of electronic records in Canada in theory and practice. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL DOS ARQUIVOS DE TRADIÇÃO IBÉRICA, 2., 2002, Rio de Janeiro. Anais eletrônicos... Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2002. Disponível em: <http://www.arquivonacional.gov.br>. Acesso em: 16 nov. 2003.

FERREIRA, Miguel. Introdução à preservação digital – Conceitos, estratégias e atuais consensos. Guimarães, Portugal: Escola de Engenharia da Universidade do Minho, 2006.

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